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sábado, 12 de julho de 2014

Em nome da honra

HORA DO ADEUS

Em nome da honra

12.07.2014

Após vexame das semifinais, Brasil se despede da Copa tentando um resultado digno diante da Holanda

Luiz Felipe Scolari
A partida pode marcar a despedida de Luiz Felipe Scolari do comando da Seleção Brasileira. Até esta sexta-feira, essa possibilidade era bem remota
FOTOS: REUTERS
Treinador da Holanda
Treinador da Holanda afirmou que preferia perder de 7 a 1 - como aconteceu com o Brasil - a ser derrotado nos pênaltis. Para ele, ser eliminado desta maneira é a pior forma possível de deixar uma Copa do Mundo
Não há outro resultado ao Brasil do que vencer a Holanda neste sábado, às 17 horas, na disputa do terceiro lugar da Copa do Mundo, no Mané Garrincha, em Brasília. Quatro dias depois de sofrer a pior derrota de sua história, a Seleção volta a campo para jogar em nome da honra. É o que resta. Ainda atordoado com o que se passou no Mineirão na última terça-feira, Felipão garante que ele e os jogadores reverteram 75% da situação horrível que estão vivendo e prometem lutar para ficar em terceiro no Mundial e "dar ao povo uma pequena alegria".
Este momento de felicidade ao torcedor, espera o treinador, é a forma que ele e a Seleção encontraram para retribuir o apoio que têm recebido nas ruas, mesmo após a queda diante da Alemanha. Para chegar ao jogo com os nervos no lugar e de cabeça erguida, Felipão não preparou nada especial. Garantiu apenas que vai manter o equilíbrio emocional.
"Nervoso não estou mais porque o objetivo principal já não vai acontecer. A quarta-feira, quinta e sexta estão sendo difíceis. E provavelmente será difícil para o resto de nossas vidas. A derrota (para Alemanha) sempre será lembrada por muito tempo por todos", disse Felipão, menos emocionando, nesta sexta, em Brasília.
Chance
Sem muitas alternativas, o treinador avisa que vai mexer no time Deve trocar no máximo dois jogadores para não desfigurar muito a Seleção e dar chance aos que pouco ou nem atuaram na Copa. Felipão não revelou os nomes de quem deve entrar e quem deve sair. E não espera grandes alterações do adversário. A sua maior preocupação no jogo é não deixar Robben pintar e bordar. "No treino, inventei o Marcelo como falso ponta-direita para imitar uma jogada de um grande jogador, o melhor do Mundial para mim, que é o Robben", comentou.

A partida pode marcar ainda a despedida de Scolari do comando da Seleção. Até esta sexta, essa possibilidade era bem remota. Felipão tem projeto de ficar mais um tempo. Antes de a Copa começar, ele esperava se despedir com a conquista do hexa no Maracanã. Depois da catástrofe do Mineirão, a dor o obriga a pagar uma dívida com a torcida. Turrão e firme nas suas ideias, o treinador não parece disposto a abandonar o barco agora.
Felipão admite que 7x1 vai doer para sempre
Agora em julho, a Seleção Brasileira completa 100 anos da primeira partida da sua história e nunca, neste tempo todo, a equipe sofreu uma derrota mais acachapante do que a goleada de 7 a 1 diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo. O resultado, de enormes proporções, será para sempre lembrado pelo torcedor, pelos jogadores e pelo técnico Luiz Felipe Scolari.
Nesta sexta-feira, Felipão disse que levará para o túmulo a dor da derrota. "A terça-feira foi difícil, a quarta, quinta, a sexta está sendo difícil e provavelmente vai ser difícil para o resto das nossas vidas. O que o torcedor sentiu não vai ser de um dia para outro que vai modificar. Acredito que vou viver mais uns 20 anos e vou para sempre relembrar e vai ser relembrado por todos", admitiu o treinador, em entrevista coletiva no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Um dia antes da partida contra a Holanda, o treinador reconheceu que nunca mais será o mesmo que voltou à Seleção com status de salvador da pátria, no começo de 2013, com a promessa de levar o Brasil ao hexa.
Premiação
Apesar de estar de fora da disputa do título, a Seleção não sairá da Copa do Mundo de mãos vazias - mesmo que perca a disputa do terceiro lugar para a Holanda, neste sábado, em Brasília. Isso porque a premiação oferecida pela Fifa para o time que terminar em quarto lugar na Copa do Mundo é de R$ 44, milhões.
Caso supere a Holanda, a Confederação Brasileira de Futebol sairá da Copa do Mundo com R$ 22 milhões (R$ 48,89 milhões) mais rica. Parte deste valor será distribuído como prêmio ao elenco e comissão técnica.
Van Gaal ainda lamenta queda
Desafeto do técnico Luís Felipe Scolari, o técnico da Holanda Louis van Gaal disse ontem que preferia ter perdido de 7 a 1, como ocorreu tragicamente com o time brasileiro, do que ser eliminado nos pênaltis, como foi no caso holandês.
"Perder dessa forma é a pior maneira. É melhor perder de 7 a 1 porque dessa forma você realmente perdeu. Mas nós não perdemos. Perdemos por causa da disputa de pênaltis. Isso é muito triste", afirmou.
Logo após a derrota para a Argentina, o discurso era diferente. "Perder nos pênaltis é como perder por 7 a 1".
Nesta sexta, Van Gaal foi direto: "o sonho acabou e não vai voltar". Agora, o técnico tenta motivar seus jogadores e afirma que pode fazer história vencendo o Brasil, apesar do discurso de que a disputa do terceiro lugar não deveria existir.
Vice-campeão em 1974, 1978 e 2010, o time holandês tenta fazer a primeira campanha invicta.
"Não somos a melhor equipe em termos de qualidade, mas somos a equipe que era mais difícil de se vencer. No momento, não perdemos nenhuma partida e estamos trabalhando nisso", afirmou.
O atacante Dirk Kuyt foi no mesmo tom. "O terceiro lugar nos dá uma sensação melhor que o quarto lugar", afirmou.
Preparo
De acordo com o técnico, a motivação será decisiva para a escalação. "Quero começar com uma equipe mentalmente preparada. O espírito é mais importante que o corpo, mas o corpo tem que permitir. Tivemos um dia a menos de preparo, então é difícil o aspecto físico e temos que trabalhar o mental", explicou.
"Por mim, Felipão fica na seleção", diz Del Nero 
O presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, culpa a escolha tática do técnico Luiz Felipe Scolari como a responsável pela humilhação que passou o Brasil diante da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo. Mas deixa claro que, se depender dele, Felipão continua como treinador da seleção nacional.
"Por mim, ele (Scolari) fica", declarou Del Nero, em uma conversa exclusiva com a reportagem no hotel Copacabana Palace, no Rio. "O que aconteceu foi um erro tático. Esse foi o problema. Mas todos nós erramos. Isso acontece com qualquer um", contou o dirigente.
"O importante é que o trabalho foi bem feito. A campanha e a preparação foram boas. A base existe", disse Del Nero, que, em 2015, assumirá o comando do futebol brasileiro.
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FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/jogada/em-nome-da-honra-1.1057053

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